É quase certo que a nova versão do iPhone será apresentada pela Apple na terça-feira da semana que vem, em evento para cerca de 2.000 pessoas na cidade de Cupertino, na Califórnia. A companhia americana, é claro, faz mistério sobre o novo produto, como é prática desde os tempos de Steve Jobs. “A Apple não quer que os consumidores parem de comprar os produtos que estão nas lojas na expectativa do que está por vir”, diz Gene Munster, analista especializado em Apple da consultoria americana Piper Jaffray.
Apesar do esforço, a Apple não consegue esconder tudo. “Desde o lançamento do iPhone 3GS, quando a empresa modificou o design do iPhone, vazamentos sobre detalhes da próxima versão do gadget são comuns”, diz Breno Masi, diretor de produtos da Movile, conhecido por ter sido o primeiro brasileiro a desbloquear o iPhone. “Quando a produção em escala é iniciada na China, com vários fornecedores envolvidos, é difícil manter todas as informações em sigilo”, diz. Os rumores provenientes da Ásia, portanto, costumam trazer informações verídicas sobre o próximo iPhone.
Para Munster, a nova versão do smartphone apresentará três características: telas maiores, safira no lugar no vidro usado na tela e tecnologia NFC (Near Field Communications, na sigla em inglês) para transferências de arquivo e pagamentos com o celular. Além disso, a expectativa é de que a Apple apresente um smartphone com design renovado e autonomia ampliada — ou seja, uma bateria mais eficiente. A Apple pode aproveitar o evento para anunciar também seu primeiro relógio inteligente, até o momento conhecido como iWatch. Confira a seguir as apostas dos especialistas sobre o iPhone 6:
Outra demanda antiga dos usuários de smartphones da Apple é a integração da tecnologia NFC (Near Field Communications, na sigla em inglês) para transferências de arquivo e pagamentos com o celular. “A área de pagamentos é uma das que vai receber melhorias nos próximos anos. A inclusão da tecnologia NFC no iPhone vai permitir que as pessoas transformem o smartphone em sua carteira”, diz Munster.
A adoção da tecnologia NFC, popular em smartphones com sistema operacional Android, é um passo lógico. Ao lançar o iPhone 5S, versão mais recente do smartphone, a Apple integrou um sensor de digitais no botão “Home”. Até o momento, porém, o recurso é utilizado apenas para desbloquear a tela. No futuro, ele também poderá ser usado para autorizar transações financeiras.
Desde o final de 2013, os rumores mais fortes sobre a próxima geração do iPhone estão relacionados à tela. “O iPhone 6 deve ter telas maiores, de 4,7 e 5,5 polegadas, feitas de safira, o que deve torná-las quase inquebráveis”, diz Gene Munster, da Piper Jaffray. Hoje, iPhone 5C e 5S têm telas de 4 polegadas.
A tela de safira do iPhone 6 é produzida a partir de múltiplas camadas de safira industrial pela companhia americana GT Advanced Technologies. A Apple já adota esta material na composição do iPhone 5S: a safira transparente protege o botão “Home” e a câmera traseira do smartphone. Agora, ela deve passar a recobrir toda a parte frontal do produto.
A mudança deve ajudar a Apple a manter a popularidade do iPhone, mesmo com a chegada de tantos modelos de smartphones com telas grandes e sistema operacional Android. Entre os concorrentes que apresentam essas características está o Galaxy Note 3, da Samsung, e o Xperia Z2, da Sony. “Os usuários estão pedindo por isso. Apesar de a Apple ser teimosa às vezes, acredito que agora ela vai atender seu consumidor”, diz Masi, da Movile.
Não será surpresa constatar, no dia 9 de setembro, que o iPhone 6 é mais fino e leve do que as versões anteriores. Essa é uma preocupação constante da empresa de Cupertino: a primeira versão do smartphone tinha 13 milímetros de espessura; o iPhone 5S, modelo atual, apenas 7,6 milímetros.
O design também deve mudar. Fotos de um suposto exemplar do iPhone 6 que vazaram em junho mostram a traseira totalmente coberta por metal e com as laterais arredondadas, formando um corpo único. Alguns críticos afirmam que o acabamento pode causar problemas na recepção da antena do aparelho – o que repetiria uma crise que a empresa já viveu em 2007, após lançar o iPhone 4.
“O botão liga/desliga também deve sair do topo do aparelho e ficar posicionado na lateral. A câmera pode ‘saltar’ na parte superior, porque a Apple deve adotar uma lente maior para melhorar a qualidade das fotos”, diz Masi.
A oferta de smartphones maiores, tendência entre quase todos os fabricantes, abre espaço para a adoção de baterias maiores e mais potentes. Isso possibilita, é claro, maior autonomia para os aparelhos.
Outra melhoria que pode trazer benefícios para a bateria é a inclusão de um novo processador no iPhone 6. Isso vai permitir que o tempo de processamento das solicitações dos usuários seja reduzido, o que diminui o consumo de energia. O iPhone 6 deve ser equipado com o chip A8, uma geração mais avançada do modelo adotado no iPhone 5S e no iPad Air, desenvolvido pela própria Apple.
Aumentar a autonomia de bateria do iPhone 6 é crucial para a Apple, já que diversos rivais nos últimos anos apresentaram aparelhos com bateria de longa duração e recursos de software para economizar energia. É o caso do Galaxy S5, da Samsung, que traz um modo de economia de bateria que deixa a tela em preto e branco e limita o acesso aos aplicativos.
Além do iPhone 6, há a expectativa de que a Apple anuncie simultaneamente seu primeiro relógio inteligente, que até o momento é informalmente chamado de iWatch. O aparelho deve funcionar de maneira integrada com a nova versão do smartphone da Apple. Entre as funções, ele pode ganhar mais de dez sensores para monitorar informações relativas à saúde, como a frequência cardíaca.
O relógio inteligente deve funcionar de maneira integrada com o próximo smartphone da Apple, por meio do aplicativo de saúde Health. O app permite monitorar hábitos de sono, atividades físicas e outras informações relativas à saúde. Nos Estados Unidos, os dados poderão ser compartilhados pelo usuário com seus médicos.
O acessório deve ter também funções comuns em relógios inteligentes, como a capacidade de exibir notificações sobre a chegada de e-mails, mensagens de texto e chamadas de voz. Além disso, a Apple deve oferecer aos desenvolvedores a documentação técnica necessária para que os apps também enviem dados para o iWatch. “O iWatch será um complemento para o iPhone. Em outras palavras, para usá-lo, você vai precisar de um iPhone”, diz Munster.
Fonte: Veja